Os veículos do futuro são uma realidade cada vez mais próxima. Diversas empresas já começaram a desenvolver projetos para a produção de carros voadores. Dentre elas, a Bellwether e a Embraer se destacam. A previsão é de que já em 2026 estes automóveis vão circular perto de nós.

Em dezembro de 2021 a Empresa de Veículos Aéreos para mobilidade urbana da Embraer (Eve), junto com a Sydney Seaplanes fizeram uma parceria para começarem a produzir e implementar automóveis aéreos. A grande novidade é que eles serão movidos a energia. Existem vários problemas de mobilidade urbana e de infraestrutura que as grandes cidades enfrentam. Por isso, os carros voadores vão chegar para tentar contornar essa situação.

A sua principal proposta é o transporte aéreo de pessoas. De acordo com Roberto Honorato, o superintendente de aeronavegabilidade da Anac, ainda há muito trabalho a ser feito na parte tecnológica e na definição do ecossistema em torno dos eVTOLs. Assim, a ideia desse ecossistema aéreo está na formação de conexões entre as bases desses transportes.

Afinal, onde o eVTOL irá circular?

Os carros voadores vão circular entre o topo dos prédios e o controle de tráfego aéreo. Desse modo, os carros estarão nos mesmos ambientes que helicópteros e drones. Em função disso, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) que vai estabelecer as definições de circulação.

Isto é importante para evitar as colisões e também a quantidade de eVOTLs que irão circular de forma simultânea. Além disso, o DECEA oficializou o compromisso com os padrões técnicos internacionais. Estes padrões vão trazer o que é necessário para poder receber a certificação pela Agência Nacional de Aviação para o projeto desenvolvido do carro voador.

Estes carros são chamados de eVTOL (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical) e parecem com um helicóptero. Contudo, eles fazem menos barulho e possuem mais hélices. Importante saber que os carros voadores não vão substituir os helicópteros, mas será um novo mercado.

Como serão os carros voadores?

Os modelos que estão sendo desenvolvidos são aeronaves de pouso e decolagem vertical. O que diferencia ele dos outros é o seu funcionamento completamente elétrico, contando com oito rotores. Por isso, os carros voadores não emitem carbono. Apesar de ter um piloto o modelo traz a quinta geração do sistema fly by wire.

Portanto, é um meio de transporte fácil de pilotar. Atrelado a isso, o custo de um automóvel movido a energia é bem menor quando comparado a um helicóptero. Da mesma forma, o barulho também seria bem menor. Assim, vai ter menos poluição sonora. Tudo isso garante uma maior qualidade de vida com todo o ecossistema que se cria em todo do eVTOL.

O que os estudiosos dizem?

O professor Eduardo Leal Medeiros, do Departamento de Engenharia e Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Jorge, fala que apesar dessa vantagem é impossível que nos próximos anos os carros voadores realizem voos de longa distância. Mais especialistas e profissionais falaram sobre o assunto.

O CEO da Embraer, Francisco Gomes neto apontou que “o mercado de mobilidade aérea urbana tem um enorme potencial de expansão nos próximos anos com base em uma proposta de transporte eficiente e com zero emissão, e que com essa combinação de negócios, a Eve estará muito bem-posicionada para se tornar um dos principais players neste segmento”.

Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável por, dentre outras coisas, certificar os os carros voadores, pontuou, no ano de 2021, que “A Anac tem acompanhado o debate nacional e internacional de como essa nova tecnologia tem sido empregada no setor”. Mas, não é só isso.

No entanto, até o presente momento, a Agência não recebeu nenhuma solicitação formal para a operação dessas aeronaves no mercado brasileiro. Entretanto, esse ano iniciaram o processo para obter o certificado pela Agência Nacional de Aviação Civil. A Embraer ainda não falou de forma consistente a respeito da velocidade e das distâncias que os eVTOLS podem alcançar.

Porém, a empresa já deixou clara a entrega de vários “carros voadores” a partir de 2026. Dos principais interessados em realizar a compra estão às operadoras de helicópteros e as empresas de táxis aéreos e compartilhamentos de aeronaves. Como, por exemplo, a Bristo, Helipass, Ascent, Blade.

Quem mais está de olho nas aeronaves?

A empresa britânica Bellwether não ficou de fora e também apostou em produzir e desenvolver um modelo de carro voador, chamado de Volar. Este carro também é um eVTOL e caracteriza-se por tem um design que faz jus ao nome “carro do futuro”. Isso acontece porque lembra os carros voadores dos filmes de ficção.

Nos testes realizados o protótipo apresentou instabilidade ao voar, mas ainda assim deixando os engenheiros bastante otimistas. Apesar disso, o cofundador da Bellwether, kai-Tse Lin disse que “Nosso Volar voa suavemente e comprova nossos esforços em inovação e tecnologia. Estamos confiantes e buscaremos a perfeição com melhoria contínua”.

Este modelo apresenta tanto um design de encher os olhos. As aeronaves objetiva ter a capacidade de levar de duas a quatro pessoas. A sua altitude pode chegar a cerca de  915 metros em uma velocidade de até 220km/h. As primeiras entregas são esperadas o ano de 2028. Mas, elas podem chegar antes!

Em quanto tempo os carros voadores serão comuns?

Sabendo disso, os carros voadores são uma das apostas tecnológicas de expansão da mobilidade urbana que deve se concretizar em até 10 anos. Os eVTOLs são boas alternativas para trechos com distancias curtas ou médias. Além disso, algumas das principais diferenças dos carros voadores para os outros tipos de aeronaves estão principalmente por ser movida a energia.

Além disso, poderão realizar viagens curtas, ter mais rotores que um helicóptero e fazerem menos barulho. Se antes a ideia que nós tínhamos dos carros voadores parecia ser apenas coisa de filme ou uma realidade muito distante da nossa, hoje ela começa a ser algo que se faz cada vez mais presente.

Os investimentos nas aeronaves e em todo um ecossistema que se criará em torno delas começa a tomar forma. Assim, este é um mercado promissor e também uma grande aposta para os próximos anos. Portanto, vale à pena acompanhar de perto essas novas produções tão tecnológicas.