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Aumento da fome no Brasil: Entenda as principais razões

O aumento da fome no Brasil é um problema crescente. Há alguns anos estávamos no caminho para reduzir esses números e agora voltamos a regredir. Por que?

O aumento da fome no Brasil vem sendo um problema cada vez maior. O país que há alguns anos antes estava no caminho para reduzir esses números drasticamente e melhorar a vida dos mais pobres, agora voltou a regredir e caminha na contramão. Agora, o cenário é de uma miséria cada vez maior.

Durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil iniciou uma série de políticas sociais voltadas para o combate à fome. O resultado deu certo e o país chegou a sair do mapa da fome da ONU. Mas, o que deu errado desde então que a situação no país se tornou tão grave novamente?

Números do aumento da fome no Brasil preocupam

Segundo números das Organizações das Nações Unidas (ONU) não ter comida diariamente na mesa é um problema que atinge quase todo o planeta. Por exemplo, no ano de 2021, mais de 828 milhões de pessoas em todo mundo passaram fome. Mas, ainda de acordo com o levantamento, o Brasil está pior do que a média global, pois a porcentagem da população em insegurança alimentar moderada e grave é ainda maior.

Segundo os dados, em torno de 61 milhões de brasileiros passam por dificuldades para ter comida na mesa entre 2019 e 2021; sendo que 15 milhões destes passaram fome. A pesquisa é feita com base nos eventos ocorridos a cada três anos. Para se ter uma ideia do crescimento, entre 2014 e 2016 o número de pessoas em insegurança alimentar era de aproximadamente 4 milhões.

A pandemia não foi a causa maior

Embora a ela tenha assolado todo planeta, essa não foi a principal razão para tantas pessoas voltarem a passar fome no Brasil. Na avaliação de Daniel Balaban, diretor do Programa de Alimentos da ONU no Brasil, ela não foi a principal razão para esses números alarmantes.

Segundo ele, ela apenas foi mais um fator para a piora, mas que o Brasil é atualmente um dos países mais desiguais do mundo. Assim, a população mais pobre precisa do apoio de políticas públicas para serem incluídas, como apoio ao crédito e educacional, o que não vem acontecendo no atual governo.

Assim, fica claro que as mudanças nas políticas sociais foram uma das principais razões para isso. Afinal de contas, o governo do presidente Jair Bolsonaro quase não teve foco voltado para essa questão e tornou os programas sociais ainda mais limitados e com grande número de cortes nos programas. Chegando a cortar até 70% dos repasses para assistência social.

Como funciona o mapa da fome da ONU

Um país é colocado no Mapa da Fome da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) a partir do momento em que mais de 2,5% da população precisam enfrentar a falta crônica de alimentos. E esse número no Brasil chegou no momento a 4,1%.

Assim, o Brasil chegou a números alarmantes, já que quase 30% da população vivem os problemas da insegurança alimentar moderada ou grave. Como vimos, o novo relatório mostra o tamanho do agravamento da situação no Brasil, pois entre 2014 e 2016 o número era quatro vezes menor do que hoje.

Infelizmente, os números devem continuar crescendo. Visto que até aqui o atual governo não fez mudanças na sua forma de atuação. Assim, o Brasil deve seguir no mapa da fome por mais alguns anos caso haja uma continuidade dessas políticas atuais. Dessa forma, o Brasil vai seguir ao lado de países que enfrentam essa condição a muito tempo. Vamos dar uma olhada na situação global.

A fome no mundo

Em todo planeta, o número de pessoas que enfrentam a insegurança alimentar severa ultrapassou os 2,3 bilhões em 2021. Isso significa que quase 30% da população mundial enfrentam problemas ligados à fome. Assim, os dados revelam uma grande queda na luta para acabar com a fome e a desnutrição, segundo a FAO.

Vale lembrar que esses dados trazidos no relatório não incluem os reflexos da guerra na Ucrânia, Entretanto, o futuro parece ser ainda mais preocupante após o começo dessa guerra. Pois, como resultado, houve problemas nas redes mundiais de distribuição, o que acarretou em um aumento nos preços dos alimentos, energia e também de fertilizantes.

Em relação à Covid-19, ela também agravou a situação e fez com que mais de 150 milhões de pessoas tivessem dificuldade no acesso a alimentos. Assim, o número de pessoas que sofrem com os problemas da fome até o final de 2021, havia subido para 828 milhões, de acordo com o mesmo relatório.

Para que aconteça uma mudança da situação atual, instituições globais, como a FAO e PMA  (programa Mundial de Alimentos) vem cobrando uma revisão na forma das ajudas atuais no combate à fome, para que se possa enfrentar melhor esse fantasma que assombra boa parte do planeta.

Conclusão: O aumento da fome no Brasil precisa passar por mudanças para diminuir

É fato que todo o mundo enfrenta problemas com a fome. Entretanto, a situação é muito pior no Brasil, levando em conta que o país estava fora do mapa da fome desde 2014. Ter quatro vezes mais pessoas passando fome mostra que alguma coisa deu errada ao longo do caminho. A forma como a situação era tratada no país também mudou desde que o governo Bolsonaro começou.

A falta de investimento em políticas públicas e o corte em diversos setores de assistência social, contribuíram para agravar a situação. Assim, é esperado que novas ferramentas sejam desenvolvidas para reduzir esse número, como o auxílio emergencial, que não é a solução, mas um primeiro passo importante. Dessa forma, depois da eleição de 2022, independente de quem saia como vencedor, é preciso que aconteça uma mudança drástica no combate à fome no Brasil.