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“Uber próprio” de Araraquara é alternativa para aplicativos

A criação de um "Uber próprio" colocou Araraquara no centro das discussões de mobilidade urbana no mundo. Confira detalhes sobre o projeto!

A dificuldade em pegar corridas por aplicativos ficou ainda maior no último ano, principalmente nas principais cidades do país, assim a ideia do “Uber próprio” surgiu. Isso porque os combustíveis ficaram mais caros, o que deixou as corridas ainda mais caras ao consumidor. Por outro lado, para o motorista ficou cada vez mais difícil, por conta do menor número de corridas, além de receber uma pequena parcela da viagem, apenas.

Isso aconteceu no mundo todo e essas consequências também foram sentidas no Brasil. Para melhorar a situação, a solução foi criar o “Uber próprio”. O projeto é da cidade de Araraquara, cidade no interior de São Paulo, que lançou o Bibi Mob. Uma ideia inovadora feita para ajudar prestadores de serviço e clientes.

O aplicativo tem as mesmas funcionalidades do Uber e do  99. Porém, contam com preços mais atrativos para os motoristas, além de continuar prezando pela segurança dos usuários. A ideia da prefeitura é a de melhorar a mobilidade da cidade, gerando empregos e benefícios para a economia local com o “Uber próprio”.

Vale a pena um “Uber próprio”?

A ideia de criar o seu próprio aplicativo de mobilidade não foi uma ideia isolada e também não surgiu em Araraquara. No mundo todo, diversas cidades já pensam em fazer esses serviços. A ideia é tornar os aplicativos uma política de mobilidade urbana, assim como são os transportes públicos.

Além disso, ter um “Uber próprio” traz diversas vantagens. Isso porque no último ano, houve cada vez mais dificuldades em trabalhar e usar os serviços dos aplicativos tradicionais. O aumento do dólar e do petróleo no mercado internacional afetou a gasolina, que subiu mais de 50% no ano passado. Com isso, as corridas ficaram mais caras.

Com as taxas dos aplicativos, os motoristas tiveram diminuição de salário, mesmo que o custo de vida tenha aumentado no país. Por isso, o “Uber próprio” é uma tentativa de salvar a renda dos motoristas, além de ajudar na mobilidade da cidade. Isso porque a ideia é funcionar como uma cooperativa. Dessa forma, a empresa não terá intenções de tirar lucro dessas viagens, usando o dinheiro apenas para se manter em funcionamento.

Na prática, o motorista sai com uma renda maior, ao mesmo tempo em que os clientes pagam menos pela mesma viagem. A ideia de Araraquara foi elogiada por diversos políticos e teve uma boa repercussão nas redes sociais. O projeto já serve de base para outras cidades do mundo também.

Adeus aos aplicativos convencionais?

A cidade de Araraquara lançou um “Uber próprio” chamado de Bibi Mob. O aplicativo é feito em parceria com a prefeitura da cidade, nos modelos da economia cooperativa, muito utilizada nos países mais desenvolvidos do mundo. Segundo os organizadores, a ideia é preservar a renda dos motoristas, ao mesmo tempo em que busca diminuir os preços das viagens ao consumidor.

Isso porque os aplicativos comuns deixam de 30% a 40% do valor da corrida para o motorista, ficando com o restante. O 99, por outro lado, fica com 30% do valor da corrida. Contudo, o “Uber próprio” fica com uma taxa de 5% que, segundo a empresa responsável, serve apenas para a manutenção dos serviços do aplicativo e da própria estrutura dos motoristas.

Com isso, uma corrida de R$10,00, que deixaria de R$6,00 a R$7,00 ao motorista, agora repassa R$9,50 para quem trabalha com o aplicativo. No fim do mês, a diferença é grande. Supondo dez corridas ao dia no valor de R$10,00, o motorista de aplicativo teria uma renda de R$1.800 a R$2.100 no final do mês.

Com o Bibi Mob, o “Uber próprio”, a renda do motorista sobe para R$2.850, um valor 58% maior. Além disso, com esse repasse maior, o aplicativo pode trabalhar com viagens mais baratas, sem afetar a renda do motorista e ajudando quem quer pegar um carro por aplicativo. A ideia, segundo os organizadores, não é retirar lucros do projeto.

Por isso, a taxa cobrada é bastante baixa e será utilizada apenas para manutenções no aplicativo, como adição de serviços de atendimento, sistemas de segurança e demais verificações. Além disso, o aplicativo não tem tarifa dinâmica, o que deixa os preços constantes em qualquer horário do dia.

Investimento em segurança

Mesmo que seja um projeto feito pela prefeitura da cidade, o “Uber próprio” não deixou de lado a segurança. Isso porque ela é algo primordial para que as pessoas usem esses serviços e determinará a taxa de sucesso do novo aplicativo. Por isso, motoristas e clientes precisam dar alguns dados para o banco de dados do Bibi Mob.

Assim como em outros aplicativos, o Bibi Mob exige que motoristas informem diversos documentos. Dentre eles, o RG, CPF e uma foto para finalizar o cadastro são as principais ferramentas para garantir a segurança. Ainda, os motoristas precisam enviar um atestado de antecedentes criminais para a empresa responsável pelo “Uber próprio” de Araraquara.

Por outro lado, o passageiro também precisa enviar documentos. Para finalizar o cadastro, é preciso enviar uma foto com o documento em mãos. Os dados precisam estar legíveis para que o sistema do “Uber próprio” aprove o cadastro. Além disso, buscando seguir todos os protocolos de segurança, o motorista vê o passageiro, assim como o passageiro vê o motorista, na hora em que a corrida é aceita.

Além desses serviços, a organizadora do “Uber próprio” está buscando fazer uma garagem para os motoristas, além de assessoria técnica e cursos de capacitação para quem fizer o cadastro e trabalhar no Bibi Mob. Com isso, além de aumentar os salários e baratear as corridas, a empresa busca melhorar a qualidade do trânsito da cidade, diminuindo acidentes e melhorando a vida de todos.