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Negócios Brasil-China: relações comerciais cada vez maiores

Os negócios Brasil-China aumentaram pelo quarto ano consecutivo. Porém, analistas afirmam que é difícil o país manter esses níveis. Confira!

Negócios Brasil-China

O Brasil e a China são grandes parceiros comerciais e, segundo dados, isso vem aumentando a cada ano. Isso porque os dois países estão com trocas comerciais cada vez mais robustas e com uma proximidade ainda maior. A justificativa é uma estratégia geopolítica do país asiático. Dessa forma, a aproximação dos negócios Brasil-China são boas para a economia brasileira, mas também para os asiáticos, que buscam influenciar ainda mais mercados internacionalmente.

Além disso, no ano de 2021, a alta dos preços internacionais favoreceu a relação de troca entre os dois países. Com isso, os negócios Brasil-China fecharam em patamares recordes no ano passado. Porém, isso não demonstra, necessariamente, que estamos vendendo mais para os asiáticos, dado que os volumes transacionados não foram todos maiores.

Uma economia gigante

A China é uma das maiores economias do mundo e manda em muitos aspectos do cenário internacional. Isso porque o país tem uma das maiores populações do mundo, ao passo que também investe muito em indústrias de alta escala. Por isso, os negócios Brasil-China são importantes para que os asiáticos consigam ter uma grande demanda para seus produtos.

Além disso, a China é responsável por grande parte da demanda de aço do mundo. Atualmente, o Brasil figura entre os países que mais produzem e exportam esse bem. Por isso, a economia da China representa um grande parceiro comercial do Brasil. A China é a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Isso porque os americanos têm maior produção por trabalhador, enquanto a China tem muitas pessoas produzindo ao mesmo tempo. Por outro lado, nem tudo são flores para os chineses. Durante o ano passado, a China passou por sérios problemas, que afetaram o Brasil também.

Por lá, uma das maiores construtoras chinesas, a Evergrande, anunciou o calote da dívida, que soma valores bilionários. Diante da falta de pagamento, investidores passaram a acreditar que o mundo poderia entrar em mais uma crise internacional aos moldes do caso Lehmann Brothers, em 2008.

Negócios Brasil-China

Isso porque deixar de pagar uma dívida bilionária pode enfraquecer toda a economia mundial, deixando diversos fornecedores sem receber dinheiro e, com isso, abrindo um espiral de desemprego e queda no comércio internacional. Porém, diante disso, o governo chinês não informou que assumiria a dívida e, pelo contrário, orientou a empresa a fechar as portas. Com isso, os negócios Brasil-China poderiam perder grande valor de mercado, o que prejudica, inclusive, a economia brasileira.

Os negócios Brasil-China andam bem

Apesar de a situação da Evergrande seguir indefinida, dados do ano passado mostram que as relações entre os dois países seguem dando bons retornos para o Brasil. Isso porque os negócios Brasil-China atingiram os patamares mais altos da história, o que sinaliza um bom cenário para nossa economia. Contudo, isso não significa um aumento nas exportações.

Segundo analistas, a alta das trocas entre Brasil e China se deve à alta dos preços no mercado internacional. Isso aconteceu porque as commodities chegaram a valores recordes. Além disso, o Brasil foi favorecido pela alta do dólar, que fechou o ano passado em alta de mais de 10%. Com isso, a corrente comercial, que representa os negócios Brasil-China, fechou em US$ 135 bilhões, o maior valor da história. Ainda, os valores representam a quarta alta consecutiva das relações entre os dois países.

Além disso, as empresas brasileiras passaram a comprar mais da China, ao mesmo tempo em que passaram a vender mais para lá também. No ano passado foram US$ 87,9 bilhões em produtos vendidos para os asiáticos, ao passo que foram US$ 47,6 bilhões em produtos que vieram para o Brasil.

Isso representa uma alta de 29% e 37%, respectivamente. Com esses dados, é possível afirmar que os negócios Brasil-China ficaram mais próximos, mesmo que não represente um aumento em todos os produtos. Os dados ainda mostram que o Brasil e a China estão cada vez mais sólidos nas suas transações.

Segundo o Ministério da Economia, os negócios Brasil-China subiram 130% desde 2016. Com esse resultado, a China continua sendo o nosso principal parceiro comercial, à frente, inclusive, dos Estados Unidos. Contudo, isso não quer dizer que o país seja prioridade. Segundo os mesmos dados, as trocas entre brasileiros e americanos aumentaram 50% no ano passado.

Vendas menores

Mesmo com um aumento nos negócios Brasil-China, alguns produtos tiveram queda nas negociações. Isso se deve à uma demanda mais fraca por parte dos asiáticos. Contudo, os preços no mercado internacional aumentaram, o que supriu a diminuição nas exportações. Esse é o caso do açúcar, minério de ferro, carne bovina e o petróleo.

Porém, a carne suína apresentou aumento nas vendas. Segundo os dados da balança comercial brasileira, a venda de açúcares teve uma queda de 10%. Além disso, o minério de ferro, ligado ao caso Evergrande, teve queda de 2%, enquanto o petróleo caiu 22%. A carne bovina, com as restrições às exportações, caiu 17%.

Aqui, vale lembrar que os negócios Brasil-China são pautados em poucos produtos. Isso porque o Brasil vende produtos ligados às commodities, apenas. Enquanto isso, o Brasil importa produtos de alto valor agregado, como eletrônicos, vestuário e demais produtos industriais. Por isso, para suprir o alto valor de importação, o Brasil precisa vender muito.

Isso faz com que os negócios Brasil-China tornem o nosso país um grande fornecedor de matéria prima. Dessa forma, a China é dependente do Brasil para suprir as demandas de alimentação de sua população. Contudo, a recente queda do dólar pode fazer com que o valor das exportações caia, o que pode prejudicar o cenário nacional. Com isso, é difícil que o país consiga manter os valores altos e bater novos recordes em 2022.